25 novembro, 2010

Sobre o direito de se manifestar

Ontem, dia 24 de novembro, foi dia de greve geral em Portugal, que juntou profissionais de todas as categorias – sobretudo saúde, educação e transporte – para protestar contra as medidas anunciadas pelo governo para conter a crise financeira que o país enfrenta. Para vocês entenderem, o governo anunciou que em 2011 vai reduzir os salários dos funcionários públicos que recebem mais de 1500 euros, vai aumentar os impostos e cortar um sem número de subsídios – desde os que farão muita falta até aqueles que já tinha passado da hora de serem suspensos.

A greve mobilizou principalmente os funcionários públicos, mas teve muito empregado privado que também aderiu à causa, afinal aumento nos impostos mexe no bolso de todo mundo. No final do dia houve um show no centro de Lisboa com artistas solidários aos manifestantes.

No começo eu não estava colocando uma fé que a greve seria levada a cabo, mas no fim, devo dizer que tiro o chapéu para o evento como um todo. A greve foi convocada há tempos, pouco a pouco grupos trabalhistas anunciaram a adesão, havia panfletos e cartazes por toda a cidade. Quando chegou o “grande dia”, lá estava: metro fechado – adesão 100% –, todos os voos de e para Portugal cancelados, muitas escolas fechadas, os ônibus circulando em quantidade bem reduzida, hospitais abertos só para emergências e a população de um modo geral SOLIDÁRIA.

Eu, que não via sentido algum em fazer greve de apenas um dia, terminei o dia com a opinião totalmente contrária. Sério, achei a greve o máximo. Tudo ORGANIZADO, sem algazarras, quebra-quebra ou violência e ainda com comemoração no final.

Pode ter sido “para a televisão ver”?
Pode.

Vai fazer o governo cancelar todas as medidas anunciadas?
Não sei, pouco provável...

Mas o recado foi dado: as pessoas tem poder e, com força de vontade e disposição, conseguem se unir para reivindicar os seus direitos.

“A cantiga só é arma se a luta acompanhar”


Observação: Que fique claro que eu não sou cientista política, economista, ligada a qualquer partido político ou o que seja. Apenas escrevo o que penso com base no que leio e vejo por aí.

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