20 maio, 2008

Cirque du Soleil

Semana passada fomos ao Cirque du Soleil. O espetáculo que apresentam aqui chama-se Quidam. Comparado com Saltimbancos, que vi no Brasil em 2006, achei a história um tanto triste e com menos colorido. Mas que fique claro que isso não compromete em nada o show de disciplina, superação e equilíbrio que dão a cada movimento.

No dia, eu estava particularmente indisposta e sem muita vontade de sair de casa devido a um resfriado, meu corpo inteiro doía. A temperatura também não estava lá muito convidativa, 16 graus, fora o vento.

Bem... os ingressos já estavam comprados então lá fomos nós. De cara, a mesma lona azul e amarela, os sorrisos contagiantes nos rostos dos que prestavam serviço, então o show começou logo com três menininhas, com no máximo seis anos a mais velha, dando um show de malabaris. No meio, a menor errou e, quando todos pensavam que elas passariam para o próximo número, repetiram e ela acertou. Foi tão emocionante. Meus olhos se encheram dágua.

Depois disso, nem me lembrava mais da gripe e comecei a comparar as estruturas brasileira e portuguesa.

No Brasil, me lembro que comprei os ingressos em Maio para assistir em Outubro. À época, Marido e eu tínhamos carteirinha de estudante e pagamos algo em torno de trezentos reais para ficar na terceira opção lugar, indo do mega vip ao com visão comprometida. Este ano, cogitamos assistir Alegria, mas desistimos quando vimos que duas poltronas no mesmo lugar ficaria perto dos quinhentos reais.

Aqui, o ingresso mais barato custa 25 euros, ao passo que no Brasil custa 130 reais. Nós compramos os nossos numa segunda-feira para ver o espetáculo na quarta seguinte, pagamos cento e poucos euros no valor inteiro das entradas e ficamos num lugar melhor que no Brasil.

É chover no molhado e dizer o que todos sempre dizem, mas ao fim do show só pude concluir que o acesso à cultura, no Brasil, ainda é bem restrito.

19 maio, 2008

Frase

"Eu me recuso absolutamente a ser de esquerda ou de direita. Eu sou um sujeito que defende ferrozmente a sua solidão. Cheguei a essa atitude diante de duas coisas, lendo dois volumes sobre a guerra civil na história. Verifiquei então o óbvio ululante: de parte a parte todos eram canalhas. Rigorosamente todos. Eu não quero ser nem canalha da esquerda nem canalha da direita."
Nelson Rodrigues, em Clarice Lispector - Entrevistas.

16 maio, 2008

Chineses amigos

Desde que fui ao Canadá, passei a acreditar que os chineses vão dominar o mundo. Eu acredito mesmo.

Eles estão em todos os lugares e, sempre, com algum tipo de comércio. Eles também têm a capacidade de criar uma comunidade paralela, independente de onde estejam e, por isso, não se esforçam para se adaptarem aos costumes locais, sequer aprender a língua local.

Vão dizer que ninguém aqui nunca se assustou ao entrar numa loja de produtos "made in China" e deparar com dois ou mais chineses falando entre si numa língua totalmente estranha num tom que parece que estão dizendo: "está vendo essa garota de azul? Se ela pedir desconto, prenda-a no porão com os ratos e jogue a chave fora".

M-E-D-O ! ! ! !

Bem... mas eu devo confessar uma coisa: se eles realmente dominarem o mundo, eu ajudei.

Poxa, sempre tem uma loja de quinquilharias chinesas quando não sabemos mais onde procurar por cabides que não custem 5 euros cada, um simples adaptador de tomadas (os populares "T" ou Benjamim) ou um porta-retrato provisório para enfeitar o quarto do hotel.

Comprei mesmo. E o farei mais vezes, admito. Tomando sempre o cuidado de não ir até o fundão da loja - onde deve estar o porão.

09 maio, 2008

48 horas

Mudar é legal. Muito. Claro que tem o lance da saudade – que doi pra caramba -, do fuso – que nos deixa cansados durante o dia e pilhados à noite -, do tempo de adaptação e coisas assim, mas no geral é muito bom, principalmente pela quantidade de novas experiências que vivemos a todo momento.

Chegamos a Lisboa há menos de uma semana e já temos uma lista considerável de coisas diferentes que Marido e eu passamos:

Ainda no aeroporto, pegamos vôo com uma excursão de católicos e, na hora de passar pela Imigração, tivemos a sorte de entrar na mesma fila que o padre do grupo. Passamos literalmente batidos, o guarda nem olhou para as nossas fotos do passaporte.

De lá até o hotel, fomos de Mercedez. É o táxi padrão daqui.

Logo nas primeiras horas, já começaram os contrastes. É impossível nao comparar.

“Olha, o Mc Donalds daqui serve sopa!” – assim como todos os lugares que servem comida aqui. Estou feita. Eu amo sopa.

O Neston chama-se Nestun, o danone Corpus é Corpos, o pote de Nutela é gigante, os programas de tevê são hilários, as opções de doces são infindáveis, vinho é muito barato, há muitas frutas frescas, botecos com mesas pelas calçadas e muitos brasileiros. Muitos.

No primeiro passeio que fizemos ao centro da cidade, nos ofereceram haxixe e coca no meio da rua. Fiquei impressionada. Foi a primeira vez que me ofereceram drogas. Nem na Terra do Gelo que a maconha é liberada, isso aconteceu...

Apesar da cidade ser “grande”, a capital do país, me sinto como se estivesse numa cidade do interior, com ruas arborizadas, estreitas, sem muitos prédios altos, tudo muito antigo, algumas construções até bem velhas, outras, ao contrário, super conservadas.

Falei das diferenças, agora vamos às semelhanças. Chegamos no meio do feriado de 1º de Maio e, como no Brasil, havia faixas pelas ruas com reinvidicações bem semelhantes às nossas: saúde, emprego e educação. Também há muitos moradores de rua e fumantes que jogam a bituca de cigarro no chão.

Algo que me deixou muito feliz foi ver que há pontos de coleta de recicláveis por toda a cidade. Hoje fui a uma deles, com a minha sacolinha ecológica fazer a minha parte.

Por hora, vou parar por aqui. Há muitos outros assuntos que merecem destaque especial, entre eles, os doces portugueses, as visitas às imobiliárias e as confusões linguísticas.

02 maio, 2008

Borboletas no estômago

Malas prontas, coração a mil e muitas expectativas. Essa é a melhor descrição para a minha versão 2.8 e meio.

Um universo de novidades me aguarda e eu quero experimentar tudo, até a última gota.

Mais do que nunca, Breakaway e Elevation formam a trilha sonora desse momento.

E que momento!!!!!