29 outubro, 2010

Referencial

Tudo nessa vida é uma questão de ponto de vista. Eu não tenho dúvidas.

Por exemplo: em março, em Lisboa, quando faz o primeiro dia com 18 graus do ano, significa que está esquentando, que só mais três meses e o verão nos fará companhia outra vez.

Agora, os mesmos 18 graus, acompanhados daquele típico vento fresco lisboeta em outubro só quer dizer uma coisa: é hora de desempacotar botas, casacos, cachecóis e se preparar, pois o frio está chegando e não vai embora tão cedo.

Mas é assim, estar em Portugal nessa época é uma vantagem e tanto, em termos europeus. Explico: amigos que vivem em Londres, desde setembro já convivem com temperaturas de apenas um dígito. Em Estocolmo, uma outra amiga festejou a primeira neve do ano na semana passada. Enquanto em Lisboa... bem... em Lisboa, temos esse céu lindo, quase todos os dias :)

Eu e a Cau no Parque das Nações, com a ponte Vasco da Gama,
o teleférico e o Tejo compondo o cenário.

28 outubro, 2010

Quando a internet não ajuda

Eu estou fazendo um mestrado em Lisboa, comecei o segundo ano agora em setembro. E tirando as vezes que surge algum trabalho free lancer para fazer, alguma visita para eu ciceronear ou a casa para arrumar, eu estudo, mas ainda assim ando disléxica de um jeito que chego a me sentir mal.

É que na época da faculdade, nos idos entre 1998 e 2002, eu estudava, fazia estágio, fazia inglês duas vezes por semana, pegava pelo menos três horas de trânsito em transportes públicos todos os dias e ainda ia para balada com os amigos, ajudava nas tarefas de casa no fim de semana, lia muito mais e fazia um monte de outras coisas.

Comecei a por a culpa na idade, que realmente faz a gente diminuir um pouco o ritmo, mas depois, pensando melhor, me dei conta de que naquela época ainda não havia a avalanche de redes sociais que existe hoje em dia e que, definitivamente, eu gastava muito menos tempo na frente de um computador do que hoje em dia.

08 outubro, 2010

Voltei a nadar

Eu nunca cheguei a contar aqui a experiência que é fazer natação em Portugal. Aliás, acabei de fazer uma busca no blog e me dei conta de que estou sempre “voltando a nadar”, mas o primeiro relato MESMO das minhas trapalhadas na água está no meu antigo blog, que escrevia com o Marido, na época que ele ainda era Namorado :)

Antes de continuar só quero esclarecer que eu não sou nenhuma super nadadora não. Pelo contrário. Já me afoguei numa praia quando tinha 15 anos, com direito a salva-vidas e tudo. Desde então morro de medo de água.

Mas então, a experiência lusitana!

Quando nos mudamos para Lisboa, em 2008, Marido e eu ficamos sócios de um clube que tem perto da nossa casa com a intenção de conhecer pessoas e fazer exercícios. Eu já tinha nadado uns dois anos em Bernô City, já tinha até trocado a cor na minha touca (método utilizado pela academia para indicar o nível dos alunos). Lá a experiência era assim: uma piscina mediana, acho que de 30 metros, e um aluno por raia. Quando tínhamos que dividir a raia com alguém, era motivo de reclamação.

Em Portugal foi assim: eu disse que sabia nadar crawl, costas e estava aprendendo o peito quando deixei o Brasil, então o professor me indicou para a AMA (de amador mesmo) 3. Na primeira aula, passei por uma piscinona (50 metros) e fui encaminhada para uma piscininha de 25 metros que os professores carinhosamente chamam de “tanque”. Dei de cara com apenas três raias e um mooooooonte de gente dentro. Era assim: cada raia uma classe: AMA 1, 2 e 3. Na minha turma tinha nada menos que dez pessoas. D-E-Z! O professor dava as instruções e nós seguíamos, em fila indiana. Piada pronta, ne?

Conversei com todo mundo que eu conhecia aqui na época – que não era muita gente, diga-se... – e todos me disseram que em Portugal é assim que se faz natação. Aceitei e fiz o ano praticamente inteiro, de outubro/2008 a junho/2009, com algumas faltas no meio do caminho, mas firme e forte.

Julho, agosto e metade de setembro, como eu já contei aqui, o clube “encerra” para férias de verão.

Em 2009/2010 comecei a estudar e passei longe do clube. Daí quando as aulas do mestrado acabaram em junho, comecei a esperar pelo dia de hoje: a minha primeira aula de natação na piscinona, na turma APZ (de aprendizagem).

Minhas primeiras impressões: acho que perdi um pulmão no meio do caminho, não consegui ir e voltar a piscina inteira sem parar no meio nenhuma vez, eu me agarro ridiculamente na borda da piscina com medo de afundar, era oito horas da manhã e estava chovendo, mas sabe aquela sensação boa quando a gente termina algo que realmente gosta? Simplesmente não tem preço!