13 março, 2013

Dica ecológica: conheça o seu bairro

A dica desta semana é bem simples: sabe aquela caneta vermelha, a fita adesiva para fechar um embrulho de presente, um CD virgem, uma meia-calça para a festa de mais tarde, um botão novo para a camisa, a lâmpada que queimou, o leite que acabou no meio da receita, ou um prego para pendurar aquele quadro que está encostado há séculos?

Ao invés de correr para um shopping ou para uma grande franquia, que vende de tudo e mais um pouco, porque não sair caminhando pelo seu bairro e contribuir para o comércio local?

Vocês podem me perguntar “mas porque, Kelli, se num centro comercial eu encontro tudo o que busco, há opções de marcas, vejo outras coisas que posso vir a querer, e ainda posso aproveitar para comer num restaurante, tomar a sobremesa em outro e fechar o passeio com um café delicioso numa cafeteria x?”

Bem, daí eu respondo: porque assim você não vai precisar dirigir até o shopping, nem pagar estacionamento – ou pegar um transporte público. Esse é o primeiro ponto. Benefícios diretos: você faz exercício, não se estressa com o trânsito e economiza. O segundo: descobre que naquele armazém com a vitrine empoeirada pode haver (geralmente há) coisas interessantes e que atenderão sua necessidade perfeitamente.


Em Lisboa, justamente para diminuir os deslocamentos e promover o comércio de rua, a Câmara Municipal passou a editar guias dos principais bairros da cidade, com telefone, endereço e horário dos estabelecimentos, além de entrevistas com os comerciantes – o dono da padaria, o garçom do restaurante, o senhor da banca de jornal, da adega, da quitanda, enfim, todos aqueles anônimos do cotidiano.

Há também espaço para personagens como a senhorinha que há 50 anos compra flores no mesmo lugar e todas aquelas pessoas que fazem parte do dia-a-dia dos vizinhos. Elas podem não saber como se chamam, nem onde moram, mas sempre se encontram na hora de comprar pão, levar o cachorro para passear, pegar o ônibus, na fila do banco ou do correio.

O guia é distribuído gratuitamente nos próprios comércios e, se não me engano, a edição é anual. Com a mudança de casa, o único que sobrou foi esse da foto, mas uma coisa bacana é que ao longo dos quatro anos que vivi ali, acompanhei a evolução editorial. Os primeiros que li tinham uma edição mais simples, quase amadora, e agora já ganharam um layout mais moderninho, para chamar a atenção também dos turistas.

Imagino que no seu bairro não tenha esse tipo de revista. Tudo bem. No meu aqui em Madri também não há e tenho conseguido me virar bem. Fica a sugestão: na próxima vez que precisar de algo, antes de correr para uma grande loja, dê uma volta pelas ruas à volta da sua própria casa. Espero que reserve boas descobertas ;-) 

04 março, 2013

Dica ecológica: informe-se

Tem uma frase em inglês – Ignorance is bliss – que quer dizer, numa tradução livre,  que ignorância é felicidade. O sentido disso, para mim, é que quando fazemos algo sem saber que aquilo é prejudicial de alguma maneira, a culpa é “menor” do que se soubéssemos desde o início que se tratava de algo ruim. Menor entre aspas, porque não muda a gravidade do ato, só a intensidade do peso da consciência.

Por muitas vezes, quando me deparo com notícias do tipo “embalagens de plástico contém substância cancerígena”, “carne de cavalo é encontrada em hambúrgueres que deveriam ser de carne de vaca”, “xampu da marca ‘x’ contém corrosivos”, “criadores de salmão dão valium para acalmar os peixes nos tanques”, “marcas ‘y’ e ‘z’ utilizam tintas tóxicas em suas roupas” e tantas outras na mesma linha, eu simplesmente queria ser ignorante, não saber das coisas, porque dá uma tristeza enorme e tira um pouco a esperança de que estamos seguindo num caminho mais saudável e sustentável.

Mas o fato é que a informação é uma grande aliada, fundamental e indispensável na construção de um estilo de vida diferente, mais sustentável. Ainda que por muitas vezes nos dê a sensação de “quanto mais eu me informo, menos eu sei”.

É preciso estar atento à qualidade e à veracidade das fontes que se consulta, afinal, o que não falta na internet são mentiras e notícias equivocas. Para contribuir com uma fonte de informação confiável, recomendo o blog Wise Up, escrito pela Salomé, uma amiga portuguesa que fez o mestrado de Ecologia Humana comigo e é uma entusiasta sobre consumo consciente, minimalismo e mudanças de comportamento para se viver mais e melhor com menos recursos naturais.

Acessem e tenham suas próprias impressões ;-)

 No blog, ela fala sobre estudos, notícias atuais, projetos que estão acontecendo ao redor do globo, além de dar dicas diárias de como diminuir a nossa pegada ecológica no planeta. O Wise Up, moderno que só, tem página no Facebook e tudo. 

02 março, 2013

A história do fondant – com a receita

Uma das minhas sobremesas favoritas quando vivia em São Paulo era o petit gateau, aquele bolinho de chocolate com uma calda deliciosa de recheio. Levei alguns anos vivendo na Europa para descobrir que por aqui essa sobremesa é conhecida como fondant, e mesmo assim não é em todos os restaurantes que se encontra.

Certo dia, num jantar em Lisboa, não sei como chegamos nesse assunto, mas o fato é que uma amiga francesa disse que fondants na França são como brigadeiros no Brasil, todas as mães sabem fazer. E escreveu a receita para mim no primeiro pedaço de papel que encontramos.

Eu não gosto nada de cozinhar todos os dias. Teve um tempo não muito distante que eu dizia que não gostava de cozinhar e ponto. Isso tem mudado. Aquele negócio de segunda a sexta, arroz, feijão e bife eu ainda não curto, mas uma comida especial, tipo o almoço do fim de semana, quando recebemos amigos em casa ou quando fazemos uma refeição comunitária (cada um leva um prato) é outra coisa.

Adoro testar receitas e adoro mais ainda quando dão certo :) Estou ficando craque em cupcakes de banana (sem cobertura), pudim de leite, pão de queijo e torta de legumes (aquela de liquidificador que as mães faziam para os lanches na escola).

Na semana passada foi a festa de aniversário de uma amiga e ela me pediu para ficar responsável pelo bolo. Como eu nunca fiz um bolo de aniversário na vida e o cupcake de banana já está um pouco batido com os amigos aqui em Madrid, recuperei a receita do fondant. A foto dos bolinhos fez tanto sucesso no facebook que inspirou este post – o primeiro sobre culinária no blog! –, para publicar a receita. E antes que comentem, sim, é uma senhora bomba calórica. Mas uma vez ou outra, que mal tem, não é?


Fondant da Julie

Ingredientes:
200g de manteiga
200g de chocolate amargo
100g de açúcar
5 ovos
1 colher de sopa de farinha de tripo

Modo de preparo:
Derreter a manteiga e o chocolate
Adicionar o açúcar, os ovos – um a um – e a farinha
Misturar tudo
Colocar em forminhas (eu uso de muffins)
(pode preencher a forma até quase a borda porque crescem muito pouco)
Assar por 15 minutos a 180 graus

Rende entre 12 e 15 bolinhos. Cada um deve ter mais ou menos 280 calorias.

Bon appetit :)