19 janeiro, 2012

Portas em automático

Viagem é como casamento, é só marcar que o dia chega.

Eis que a viagem para o Brasil marcada, planejada e esperada desde maio (!) está começando com tudo eu  estou com aquela ansiedade boa, contando os minutos para chegar a hora do reencontro com a família toda.

Já lá se foram dois anos desde a última vez que pisei em terras tupinikins. Juro que se perguntarem, não sei explicar, conscientemente, a razão de tanto tempo longe. Começamos Marido e eu a estudar, mas ainda assim não justifica.

O lado bom disso foi ter recebido a família em peso por aqui, em 2011 :-)

Enfim! Malas que mais parecem o saco do Papai Noel super prontas, leituras de bordo separadas, bem como a calça mais confortável para dez horas de voo, check in online feito e táxi reservado. Agora é #partiu!

O carimbo não mente: já há dois anos sem cruzar o Atlântico

17 janeiro, 2012

Para a semana fluir

Semana de fechar malas e terminar capítulos.
Não necessariamente nessa ordem.
Foco, Kelli. Foco.

Dizem que um pouquinho de inspiração sempre ajuda, não é? Então vamos de Rumi.
“Ninguém fala para si mesmo em voz alta.
Já que todos somos um,
falemos desse outro modo.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma
Fechemos pois a boca e conversemos através da alma
Só a alma conhece o destino de tudo, passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar-te.”

14 janeiro, 2012

Mestrado começando a acabar

O meu mestrado está super na reta final. A cada dia a minha dissertação ganha mais páginas e, o melhor: sentido. E isso apesar da minha total falta de disciplina como estudante-que-mais-tira-férias-do-mundo, mas gente, com toda uma Europa para explorar é perdoável, não é?

O mais engraçado é pensar que há poucos meses eu estava completamente perdida, cogitando ficar apenas com o diploma de pós-graduação do curso*. Lembram? Eu queria desistir mesmo da vida acadêmica. Praticamente toda a minha turma estava na mesma vibração até que alguns alunos mais destacados terminaram os seus trabalhos e deram uma super motivada no restante do pessoal.

O novo prazo para a entrega da dissertação está chegando. Volta e meia eu sou tomada por surtos de desesperos, intercalados por momentos no maior estilo “every little thing is gonna be alright”. E assim segue.

O meu plano era ter TUDO pronto agora em janeiro, mas ne... se eu terminasse com dois meses de antecedência que graça teria? Não ia ter a emoção do “será que vai dar tempo?”.

Dentro da minha cabeça, a dissertação está prontinha. Tem capa e tudo. Meu sonho de consumo é que existisse um cabo USB que conectasse o cérebro com a impressora. Não ia ser perfeito? Pularia as fases de sentar, concentrar e escrever, iria direto para a etapa de revisão e, de bônus, eu viajaria para o Brasil na semana que vem sem ter medo da loucura que será o mês de março.

Mas... como o mundo não é perfeito –  #classemediasofre –, podem vir as borboletas no estômago. No fim eu sei que tudo dará certo :)

Os meus livros de cabeceira do último um ano e meio

* Na universidade onde estudo, a Nova de Lisboa, os mestrados tem dois anos de duração. No primeiro ano só temos aulas, que é chamado “componente lectiva”. O segundo ano é dedicado exclusivamente ao trabalho final, que pode ser feito em três formatos**: dissertação, estágio acadêmico ou projeto para ingressar num doutorado.
No fim do primeiro ano, recebemos um certificado de pós-graduação. O aluno que assim o quiser, pode ficar só com esse diploma e não dar continuidade ao curso. Vale registrar que nesse caso a pessoa não recebe o grau de mestre.
**  No caso de estudantes brasileiros, a dissertação é o único formato que o MEC aceita para validar o curso no Brasil. 

12 janeiro, 2012

Sabedoria de mãe

Manoela estava contando para uma paciente ao meu lado que, em sua casa, quem cozinha é ela. O filho, com 21 anos, no máximo frita bifes. Nem ao talho (açougue) ela o deixa ir, porque “comprar carne é uma coisa muito séria”, enfatizou.

A senhora que recebia massagem e escutava, no alto dos seus 60 e poucos anos, contestou:

“Tem que deixar o menino aprender, Manoela. Mesmo que faça errado, tem que deixar ele fazer as coisas sozinho. Sabe Deus que tipo de mulher ele vai arranjar. Hoje em dia é preciso estar preparado para tudo”.

Eu ri.

06 janeiro, 2012

A universidade dos pés descalços

Hoje, a Jú Mantovani compartilhou esse vídeo comigo, sobre uma universidade na Índia onde só podem ser professores pessoas sem formação universitária. É uma faculdade para pessoas pobres, que ensina o que é importante para o desenvolvimento local, partindo das necessidades da realidade deles como cenário principal.


Esse vídeo me lembrou uma conversa que ouvi alguns meses atrás, num restaurante. Estavam quatro senhores numa mesa e um deles disse:
Daqui alguns anos, quando precisarmos de um eletricista, não vamos encontrar porque só vai existir doutores*.
Outro respondeu:
- Pois! E a culpa é nossa porque fomos nós que obrigamos os nossos filhos e netos a andarem pela faculdade.

Silenciosamente, eu concordei porque leva ao tema do vídeo e a um questionamento que eu já tinha levantado aqui antes: formação demais pode ser frustrante.

A definição que a universidade dos pés descalços dá para profissional é a melhor: “é alguém que tem uma combinação de competências, confiança e crença” e, para exemplificar, mostra pessoas analfabetas que constroem centrais de energia solar em aldeias na Índia, África e Oriente Médio. Eles não sabem assinar o próprio nome, mas isso não os impede de transformar a realidade de centenas de famílias.

É ou não é para nos fazer pensar?

* Em Portugal, toda pessoa com formação superior pode ser tratada como doutor (a). 

05 janeiro, 2012

Bem-vindo, 2012!

Eu falei mais de uma vez ao longo de 2011 o quanto sou grata por tantos acontecimentos felizes que a vida tem me presenteado. Ao montar a retrospectiva, essa sensação só aumentou. Mesmo os imprevistos foram encarados como empurrões para passos que, sozinhos, Marido e eu talvez demorássemos mais tempo para dar.

Gratidão, palavra que resume tudo. Pela saúde, pela família, pelos amigos, pelo amor, pela cumplicidade, pelo trabalho, pelas viagens, pelas descobertas e por estar de peito aberto para viver o momento presente.

Outra definição para 2011? O ano que a família atravessou o Atlântico para nos visitar. Porque viver na Europa é uma maravilha, mas poder compartilhar isso com aqueles que amamos é simplesmente indescritível.

Aprendizado número 1 do ano: nessa vida, nós não temos controle sobre absolutamente nada. NADA. Tem uma frase que anda circulando pela internet que diz: “quando eu penso que sei todas as respostas, Deus muda todas as perguntas”. A gente pode – e deve, claro – planejar o dia-a-dia, mas ter flexibilidade para lidar com as mudanças no meio do caminho é questão de sobrevivência.

Aprendizado número 2: cuidado com o que se pede ao Universo porque ele dá. E geralmente, pelo menos comigo, a ordem de prioridades Dele é completamente diferente da minha. Portanto, se pedir algo, esteja preparado para receber, inclusive, muito antes do planejado ou quando achar que ele se esqueceu.

Enquanto eu montava a retrospectiva só pensava em como cabem coisas boas no espaço de um ano. Ruins também, é claro. Os maus momentos só não foram fotografados, mas não significa que não foram vividos. Pelo contrário... por causa deles que aqueles verdadeiramente bons, por menores que fossem, foram ainda mais valorizados.

Divido com vocês quatro minutos dos meus bons momentos de 2011.

Que 2012 seja especial.