23 maio, 2007

Tudo o que gira parece a felicidade

Sabe quando um amigo te convida para um evento e você aceita sem saber muito bem o que é, nem se será bom? Foi assim que saí de casa no domingo à noite. A única referência que tinha era que minha amiga – professora de uma faculdade para terceira idade – ia levar seus alunos para uma apresentação de alguém que eu nunca ouvira falar. “É o mesmo cara que fez Milágrimas”, explicou. Ah, então deve ser bom, pensei.

Um parênteses: o Namorado fica louco com isso. Para ele, todos os programas que arrumo, a priori, são furadas. Ele sempre vai. Reclamando, mas vai. Diz que eu só invento e coisas assim. Quando voltamos, invariavelmente, elogia a apresentação, diz que foi “animal” e que na próxima vez avisará fulano, ciclano e beltrano.

Mas como eu ia dizendo, o espetáculo em questão chama-se Anatomia do Desejo. O que vimos, na verdade, foi um ensaio do que será aberto ao público em setembro. Foi simplesmente perfeito. Pessoas de todas as idades, de adolescentes a gente na casa dos ‘enta’, magros, baixinhos, rechonchudos, altos. Tinha de tudo um pouco. E cada um com a sua própria roupa, o que criou um contraste uniforme, por mais estranho que isso possa soar.

A primeira parte mostrou o movimento, o início da integração, então estavam todos de preto. Na parte seguinte, a do desejo, homens puseram camisa e mulheres vestidos. Cada um com seu decote, caimento e comprimento que era lindo de ver. Encantador.

Ao fim desse número, começou um outro logo na seqüência, estrelado por jovens de periferia que integram o projeto social Cidadança. A proposta era diferente. Mudaram as roupas – todas iguais -, os ritmos e a coreografia. A idéia que ficava, a cada dança, era de superação, força de vontade e conquista.

Quando acabou, os dois grupos subiram ao palco e aqueles jovens conseguiram emocionar ainda mais a platéia. Ao serem aplaudidos, meninas e meninos não contiveram as lágrimas. Só de lembrar, me dá vontade de chorar de novo. Foi lindo. Deu aquela sensação de “fazer o bem sem ver a quem” que conforta o coração. Na volta pra casa, pensei que o espetáculo não poderia ter recebido nome melhor... Afinal, tudo o que gira realmente parece a felicidade.

Um comentário:

Mary Jane disse...

ahhhhh!

eu li sobre esse projeto ontem.
achei linda a proposta e fiquei com vontade de assistir ao espetáculo.

eeee! que legal que você viu e gostou!

vou procurar saber da agenda...


beijos