Na tal semana maluca de abril (eu explico aqui e aqui), um dos acontecimentos que me tirou o sono foi a minha primeira participação num congresso científico como oradora. Ele aconteceu em Lisboa, na faculdade onde estudo e mobilizou mais de mil pessoas – vindas de todos os cantos da Europa – durante três dias.
A sensação que tive – como descreveu uma amiga tuga – foi de que eu era uma bela sardinha nadando entre tubarões sem saber que era a única diferente. Só quando cheguei lá descobri que eu era a única mestranda, num painel com 12 pessoas entre doutorandos, professores e pessoas fazendo pós-doc. Para aumentar o frio na barriga, foi tudo em inglês.
Marido me ajudou com a apresentação do powerpoint e eu escrevi todo o meu discurso, porque sabia que se tentasse improvisar, estilo aula descolada, o risco de gaguejar seria grande. Eu não me lembro de ter tremido tanto na minha vida, nem na defesa do TCC – trabalho de conclusão de curso – na faculdade, nem em primeira reunião com cliente ou no dia do meu casamento.
Saiu um peso enorme das minhas costas quando terminou e a confirmação de que não foi assim tão mal veio com o comentário de uma professora francesa de antropologia e etnografia que elogiou o fato de eu estar lá, dizendo que queria que os alunos dela tivessem a mesma atitude que eu. Olha, elogio gratuito no universo acadêmico vindo de professora com mais de 30 anos de carreira não é nada normal. NADA. Se ela disse, é porque she means it.
E não parou aí. Depois que o painel já tinha acabado, nós voltamos a nos cruzar no jardim da faculdade e ela disse: “tenho certeza de que nos encontraremos em outros congressos e na altura vc estará apresentando a sua tese de doutorado”. Taí algo que eu nem penso a respeito ainda: doutorado, mas desde já agradeço à professora Danièle Vazeilles por esse incentivo e voto de confiança.
Um comentário:
Que linda você, arrasando num congresso cheio de feras!!! Parabéns!!! Felicidades e conquistas tão boas quanto essa, sempre sempre!
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