Às vezes eu tenho a impressão de que há pessoas/ instituições cujo principal objetivo é fazer fracassar o modelo da União Europeia, que, numa explicação bem simplista, nada mais é do que um conjunto de países que concordam em agir em conformidade com as mesmas regras e torna a circulação de pessoas e mercadorias entre eles mais acessível.
É bom deixar claro: essa é a uma opinião minha, Kelli Machado, uma pessoa que não é especialista em política, muito menos relações internacionais. Mas por que eu acho isso? Bem... porque Portugal é um dos países na chamada bancarrota que foi praticamente obrigado a aceitar a ajuda financeira do FMI sob pena de ter uma avaliação extremamente negativa perante o mercado global.
Isso me lembrou muito as eleições presidenciais do Brasil de 2002, quando “especialistas” começaram a alegar que a possível eleição do Lula elevaria o risco-país do Brasil para valores astronômicos jamais vistos antes. Daí o Lula foi eleito e, mesmo com todos os casos de corrupção que marcaram os seus mandatos, não se pode negar o impulso econômico que o Brasil teve durante os oito anos dele como presidente.
No fim, aquela história de risco-país era mais especulação do que qualquer outra coisa. O mesmo agora com a crise. É claro que houve setores em Portugal – e na Europa – que baixaram muito a produção, que demitiram funcionários, aqui há idosos com aposentadorias de 300 euros por mês, lojas que mantém o cartaz de “promoção” na porta o ano inteiro e jovens que acabam a faculdade sem perspectivas de encontrar trabalho.
O cenário está longe de ser o mais positivo, mas você vai procurar casa e os valores para comprar ou alugar estão altíssimos, muito mais do que há três anos atrás quando eu cheguei aqui. Você anda pelas ruas e os restaurantes estão sempre com movimento, pois o hábito de comer fora no almoço e no jantar prevalece. Eles podem ter deixado de viajar para fora do país nas férias e podem ter deixado de comprar nos saldos tanto quanto costumavam comprar antes, como bem comentou a Érica, mas passando fome eles definitivamente não estão.
Melhor do que dar dinheiro, o que vai deixar o país ainda mais endividado, o que o FMI ou esses especuladores deviam fazer, na minha humilde opinião, era dar um curso de gestão de recursos aos políticos. Por que é isso que Portugal precisa: de uma boa administração para andar pra frente.
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