Quando eu vou para um lugar totalmente novo
e sem nenhuma pessoa que vive lá como referência, uma das minhas maiores
preocupações é se o local onde ficarei hospedada é bem localizado. O principal
motivo para encanar com isso é o medo de perder um tempão em deslocações até as
atrações turísticas, sem contar que não tem furada maior do que ficar num local
totalmente isolado.
Mas como escolher um hotel entre as inúmeras
opções que há sem ficar com receio? Eu tenho dois aliados: o google maps e os
comentários que os clientes deixam nos fóruns de sites como o Booking e o Trip
Advisor. O mapa me “diz” quais os transportes mais próximos, sem contar que já
dá para calcular as distâncias até o centro, o aeroporto e onde mais eu queira.
Os comentários são mais para ter uma
referência. Por exemplo, às vezes o hotel está num local incrível, com o preço
certo pro bolso, nas fotos ele parece bacana, mas nas críticas uma série de
reclamações sobre cobrança de taxas a mais, falta de limpeza, barulho ou de funcionários
mal educados nos faz pensar duas vezes.
Ou o contrário: só críticas positivas que dão
mais confiança para bater o martelo. Ainda assim, não é certeza de que tudo serão
flores, afinal os comentários refletem a impressão pessoal de cada cliente, que
pode usar critérios completamente diferentes dos meus para avaliar os mesmos
serviços.
Além disso, outra coisa para prestar
atenção é na forma como os estabelecimentos se descrevem. Com o tempo, peguei
uma certa prática em identificar eufemismos. Um quarto “aconchegante” pode
significar “bem pequeno” e “ambiente familiar” às vezes é usado como sinônimo
de “colônia de férias” do sindicato dos comerciantes, onde você vai encontrar a
família completa, com cachorro e crianças correndo para lá e para cá.
Um clássico é “localizado em uma região
tranquila” que quer dizer que o hotel fica no meio do nada. Sabe quando você
dorme além da conta e quando acorda todo o comércio já está fechado? Marido e
eu passamos por isso em Budapeste.
Marinheiros de primeira viagem que éramos
em 2009, escolhemos um hotel numa capital europeia buscando as características
que nos encantavam em pousadas brasileiras. #fail total. Com essa experiência,
aprendemos que quanto mais central, melhor. É garantia de caixa eletrônico nas
redondezas e pelo menos um mercadinho, ainda que de indianos ou chineses, para
enganar a fome.
O único risco com esse “central” é pararmos
no meio do que seja equivalente ao Bairro Alto, à Lapa, à Vila Madalena ou [insira o nome do bairro mais agitado da sua
cidade]. Daí é torcer para que o
isolamento das janelas funcione. Além, é claro, que o banheiro seja digno e a
cama daquelas que nos abrace.
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