24 novembro, 2008

Mas... mas... mas... eu só quis dizer...

Já faz um tempo que estou para escrever sobre as broncas que levo em qualquer lugar que vou. Bronca mesmo, daquelas que levamos da mãe quando fazemos alguma besteira. Aqui, não é preciso fazer besteira. Não é preciso sequer falar na verdade. Basta existir e estar bem em frente a um português mais carrancudo.

O mais típico é o graçom. Alguns nos encaminham para a mesa de um modo bem direto: “Se quer se sentar, tem que ser nessa mesa, naquela não pode”. E ponto. O mesmo tipo de tratamento também pode acontecer quando pedimos algo que ESTÁ no cardápio, mas por alguma razão NÃO HÁ disponível naquele dia. Agora aprendi a pedir pelo que está na lista de “pratos do dia”. É atualizada diariamente e sempre tem ao menos duas opções de peixe e outras duas de carne, além da quase certeza de que há.

Outro tipo de bronca vem de atendentes de um modo geral (de lojas, supermercado, dos correios, do banco etc). Pode ser porque ela não tem troco, ou porque você pediu para trocar uma nota de 20 euros, porque o que você quer toma um pouco mais de tempo, porque você pediu inforamções sobre um produto ou mesmo porque você simplesmente entrou na loja.

Agora os campeões são os idosos (e eles que são muitos!). Com esses não tem conversa. São curtos e crossos. No começo achava que era pessoal, que eu realmente fazia algo de errado. Agora abstraio completamente. É esquisito, mas esse realmente é o jeito deles.

Um amigo do Marido descreveu um restaurante da seguinte forma: “É uma típica cervejaria portuguesa, onde os conhecidos são bem tratados e os estranhos postos para correr”. Detalhe: ele é português, tá. E falou isso sorrindo. Enfim, é realmente o jeito de ser de alguns portugas.

Bem, mas verdade seja dita, toda história tem duas versões, certo? A outra metade dos garçons com que nos deparamos adora fazer piadas, está preocupada se estamos gostando de tudo, sugere o melhor prato e ainda explica a diferença entre bacalhau a brás, a broa, a gomes de sá, a zé do pipo e com natas. Os atendentes conhecem os produtos que vendem com riqueza de detalhes e os velhinhos – os perdidos entre os resmungões – são simpatissíssimos. Não são muito de conversa, é verdade, mas até sorriem. E sempre têm comentários fofos na ponta da língua.

5 comentários:

Bel disse...

Será que a gente vai ser assim quando ficar velhinha?
Saudades de vc!!!
mtos beijos, Bel

Projeto Cortesia disse...

Kelli!
Acabei de ler vááários posts que tinha perdido e tenho um monte de comentários pra fazer... até abri uma página do Word pra ir lendo e lembrando de tudo, rsrs
Depois recorto e colo lá nos comentários do blog ;o)
Vamos lá:
- Love is all we need ao contrário foi sensacional!!! E o cara estava falando sério né? Parece piada... rs
- O que é vidro sendo colocado no ecoponto???
- AMEI o texto sobre os jornalistas... apesar de ser minha segunda profissão e eu ter trabalhado muito pouco com ela, me indentifiquei bastante :o)
- Eu também sou apaixonada por sotaques... amo, amo, amo! E quando fui pra Londres, fiquei num hotel em Noting Hill!
- Que bom saber que você está trabalhando por aí :o)
- Como você, eu nunca pensei em ir pra Portugal. Pensava em diversos países na Europa, mas Portugal nunca esteve na minha listinha de sonhos... Mas agora, por sua causa, minha visão mudou completamente! E eu já comentei isso com outras pessoas... sobre uma amiga que mora em Lisboa... e que eu amo acompanhar as fotos e histórias!!!
- Londres tem mesmo muito brasileiro!!! Onde vc ficou hospedada lá? Quantos dias ficou?
- Ameeeeei o texto do sábio Mário Quintana.
- Eu ia chorar com as broncas dos portugas :o(
E pra finalizar... FELIZ ANIVERSÁRIO atrasado!!!!!
Beijosss
Lu

Kelli Machado disse...

Bel, eu espero que não!

Lú, vc não existe!

Lisi disse...

Mas é assim com brasileiros, ou eles são assim mesmo? Meio grossos né?

Kelli Machado disse...

Lisi, eles são assim com qualquer um.