Quando me mudei para Lisboa descobri que nós, os brasileiros, somos um povo com raízes tão profundas na nossa colonização, mais do que fazemos ideia. Eu, pelo menos, não tinha uma noção assim tão clara. É influência em tudo... na arquitetura, na alimentação, na gastronomia, nos hábitos, nas crenças, na burocracia, nos “jeitinhos” e por aí vai.
Também descobri que eles, os portugueses, gostam muito do Brasil. Já incorporam as novelas, a caipirinha e o guaraná, adoram um churrasco, fazem arroz de feijão (que é um arroz mais molhado, cozido no caldo do próprio feijão – yummy!) e sonham em passam férias em terras tupiniquins. Tanto que há pacotes turísticos disponíveis em todas as agências de viagens praticamente o ano inteiro, sobretudo para o nordeste.
Mas ao mesmo tempo em que somos povos tão parecidos, somos tãããão diferentes. Nessa época de crise mundial isso fica ainda mais explícito. Em Portugal, o desemprego aumenta mês a mês e alguns especuladores dizem que o país está em vias de uma bancarrota. Uma série de medidas foi anunciada para evitar que aconteça aqui o que ocorreu à Grécia. Mas vocês sabiam que o subsídio desemprego é concedido por 18 meses aos trabalhadores que perdem o trabalho? DEZOITO meses! Um ano e meio às custas do governo. É praticamente um meio de vida.
Já as notícias que vem do Brasil são mais otimistas: a economia crescendo e a geração de novos postos de trabalho batendo recorde. É uma pena que nem tudo são flores e as desigualdades sociais crescem na mesma proporção...
Como diz uma frase atribuída ao Tom Jobim: “Viver fora é bom, mas é uma merda. Viver no Brasil é uma merda, mas é bom”.
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