Portugal tem umas coisas engraçadas. E aqui eu uso o adjetivo “engraçada” no sentido luso, de interessante. Como eu ia dizendo... há aqui o hábito de se abrir espaços históricos ou órgãos públicos para visitação apenas uma vez por ano. E o povo vai que vai.
A primeira vez que ouvimos essa conversa, se tratava de umas galerias do império romano que estão sob uma das ruas mais movimentadas da Cidade Baixa, o centro de Lisboa (sim, sim é a tradução ao pé da letra de downtown). A notícia saiu nos jornais gratuitos, no rádio e quando chegamos lá, não pudemos sequer entrar na fila, pois já havia mais gente à espera do que tempo disponível para as visitas guiadas. Ficou para o ano.
Daí seguimos para o prédio da Assembléia da República, que também estava aberto para o público naquele dia. Tempos depois Marido e eu passeávamos pelo centro quando vimos que acontecia algo em um dos prédios da Praça do Comércio (onde estão concentrados quase todos os ministérios de Portugal). Chegamos à porta e pimba, era o dia anual de visitas ao Ministério da Agricultura.
Eu acho a iniciativa bem bacana. Em cada um dos cômodos funcionários explicam sobre quem usava aquela sala antigamente, o que é feito lá agora, as mudanças que foram feitas, o que continua intacto etc, sem contar que os prédios em si são merecedores de uma visita pela arquitetura e riqueza de detalhes. E a gente sempre aprende um pouquinho mais sobre Portugal nesses passeios.
Na sexta-feira passada estava em casa quando ouvi no rádio que o Cais das Colunas tinha sido reaberto, mas voltará a ser fechado no início de janeiro, para obras no seu contorno. O Cais das Colunas nada mais é do que exatamente isso: um cais a beira do rio Tejo com duas colunas. Detalhe: fica bem no meio da Praça do Comércio, como se representasse a porta de entrada da cidade na época das grandes navegações, quando ainda não existia trem, metro e avião.
Marido aceitou a sugestão de passeio, então depois do seu expediente lá fomos nós – e um bocado de portugueses – apreciar a beleza do Tejo e o pôr-do-sol, saboreando castanhas portuguesas assadas. Havia também muitos turistas e esses nem sabem a sorte que tiveram, pois outro desse só para o ano.
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