27 abril, 2010

O Tejo

Esse é um vídeo que eu queria ter feito desde que a ciclovia às margens do rio Tejo foi inaugurada, só que de patins :-) Aliás, patinar por ali é um dos passeios que farei no tão esperado verão. Enquanto isso não acontece, deliciem-se com o poema de Alberto Caieiro e a paisagem de Belém. Sim, sim. Lá onde há os famosos - e deliciosos - pasteis.

O Tejo from Abilio Vieira on Vimeo.



Passeio de bicicleta na margem norte do Tejo ao som de "Cais" do projecto "Os Poetas". Por Nuno Trindade Lopes. Editado por Abilio Vieira, que eu vi no blog da Cora.

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

Alberto Caeiro

Nenhum comentário: