06 janeiro, 2012

A universidade dos pés descalços

Hoje, a Jú Mantovani compartilhou esse vídeo comigo, sobre uma universidade na Índia onde só podem ser professores pessoas sem formação universitária. É uma faculdade para pessoas pobres, que ensina o que é importante para o desenvolvimento local, partindo das necessidades da realidade deles como cenário principal.


Esse vídeo me lembrou uma conversa que ouvi alguns meses atrás, num restaurante. Estavam quatro senhores numa mesa e um deles disse:
Daqui alguns anos, quando precisarmos de um eletricista, não vamos encontrar porque só vai existir doutores*.
Outro respondeu:
- Pois! E a culpa é nossa porque fomos nós que obrigamos os nossos filhos e netos a andarem pela faculdade.

Silenciosamente, eu concordei porque leva ao tema do vídeo e a um questionamento que eu já tinha levantado aqui antes: formação demais pode ser frustrante.

A definição que a universidade dos pés descalços dá para profissional é a melhor: “é alguém que tem uma combinação de competências, confiança e crença” e, para exemplificar, mostra pessoas analfabetas que constroem centrais de energia solar em aldeias na Índia, África e Oriente Médio. Eles não sabem assinar o próprio nome, mas isso não os impede de transformar a realidade de centenas de famílias.

É ou não é para nos fazer pensar?

* Em Portugal, toda pessoa com formação superior pode ser tratada como doutor (a). 

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