Ao invés de correr para um shopping ou para
uma grande franquia, que vende de tudo e mais um pouco, porque não sair
caminhando pelo seu bairro e contribuir para o comércio local?
Vocês podem me perguntar “mas porque,
Kelli, se num centro comercial eu encontro tudo o que busco, há opções de
marcas, vejo outras coisas que posso vir a querer, e ainda posso aproveitar
para comer num restaurante, tomar a sobremesa em outro e fechar o passeio com
um café delicioso numa cafeteria x?”
Bem, daí eu respondo: porque assim você não
vai precisar dirigir até o shopping, nem pagar estacionamento – ou pegar um
transporte público. Esse é o primeiro ponto. Benefícios diretos: você faz exercício,
não se estressa com o trânsito e economiza. O segundo: descobre que naquele armazém
com a vitrine empoeirada pode haver (geralmente há) coisas interessantes e que
atenderão sua necessidade perfeitamente.
Em Lisboa, justamente para diminuir os
deslocamentos e promover o comércio de rua, a Câmara Municipal passou a editar guias
dos principais bairros da cidade, com telefone, endereço e horário dos estabelecimentos, além de entrevistas com os comerciantes –
o dono da padaria, o garçom do restaurante, o senhor da banca de jornal, da
adega, da quitanda, enfim, todos aqueles anônimos do cotidiano.
Há também espaço para personagens como a
senhorinha que há 50 anos compra flores no mesmo lugar e todas aquelas pessoas que
fazem parte do dia-a-dia dos vizinhos. Elas podem não saber como se chamam, nem
onde moram, mas sempre se encontram na hora de comprar pão, levar o cachorro para passear, pegar o ônibus, na fila do banco ou do correio.
O guia é distribuído gratuitamente nos próprios
comércios e, se não me engano, a edição é anual. Com a
mudança de casa, o único que sobrou foi esse da foto, mas uma coisa bacana é que ao
longo dos quatro anos que vivi ali, acompanhei a evolução editorial. Os primeiros
que li tinham uma edição mais simples, quase amadora, e agora já ganharam um
layout mais moderninho, para chamar a atenção também dos turistas.
Imagino que no seu bairro não tenha esse
tipo de revista. Tudo bem. No meu aqui em Madri também não há e tenho
conseguido me virar bem. Fica a sugestão: na próxima vez que precisar de algo,
antes de correr para uma grande loja, dê uma volta pelas ruas à volta
da sua própria casa. Espero que reserve boas descobertas ;-)
Um comentário:
Gostei muito, óptima dica!
Vou partilhar! :)
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