17 junho, 2013

O gigante acordou!

Largo da Batata - São Paulo - 17/jun/2013 Foto: jornal O Globo


Estou acompanhando online todas as manifestações no Brasil que começaram contra o aumento da tarifa do transporte público, mas que na realidade foram motivadas por todas as desigualdades e corrupção deslavada. Até então o povo aguentava calado. Agora não. Agora estão todos – de todas as classes, idades e credos – juntos por um país melhor. O que começou em São Paulo já se espalhou para mais 120 cidades brasileiras e até a última notícia que li, 58 cidades no exterior.

Só digo uma coisa: QUE ORGULHO! Aliás, duas: Que vontade de estar lá!

De verdade, a cada relato que leio ou vídeo que assisto, das pessoas que ficaram feriadas na sexta-feira aos manifestantes vestidos de branco fazendo um manifestação APARTIDÁRIA e PACÍFICA, fico toda arrepiada e emocionada. É o povo escrevendo a história do Brasil no aqui e no agora. E a tecnologia me permitindo participar mesmo estando longe.

Já disse mais de uma vez que uma das coisas que mais gosto na Europa é o direito de se manifestar e os cidadãos fazerem uso desse direito. Já fui a manifestações em Lisboa (tem relatos aqui e aqui) em que os policiais iam lado a lado com a população, porque também eram prejudicados com as decisões impostas pelo governo. Em Madrid houve situações com clima menos amigável, mas uma coisa que presenciei nas duas cidades foi a SOLIDARIEDADE dos demais com a causa, independente de estar no meio da rua ou no conforto do sofá. De ter chegado ao trabalho na hora ou ter tido que esperar a manifestação passar para poder voltar pra casa. O que prevalece é respeito ao direito de se manifestar e o raciocínio: "ainda há quem se dê ao trabalho de protestar".

Ao longo da semana, conforme os protestos em São Paulo foram ficando mais frequentes e com mais participantes, assisti pelo facebook e twitter muitas pessoas – amigos inclusive – mudarem o discurso. De uma posição completamente egoísta para uma postura mais solidária, que pelo menos tenta respeitar o fato de que aquelas pessoas nas ruas que estão tomando tiros de bala de borracha da polícia estão reivindicando melhores condições não só para a população da classe baixa, mas para toda a cidade.

Estou muito orgulhosa. Às vésperas de sediar a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016, o brasileiro precisava abrir os olhos e mostrar para o mundo que não somos só o país do carnaval e do futebol. A inflação está uma coisa absurda, os preços de tudo está hiperfaturado, sem falar nos problemas de sempre: falta de investimento na educação, na segurança, na saúde pública e num sistema de transporte digno.

Espero que os protestos sigam pacificamente, porque o vandalismo deslegitima o propósito da causa.

É isso aí. Força, Brasil! #ogiganteacordou #sp17j #changebrazil #mudabrasil #protestosp #vemprarua #passelivre #mobilizados #acordabrasil #segundabranca #whitemonday

10 junho, 2013

Trabalho com gosto

Sabe aquele trabalho que te deixa super feliz por ter feito? Então! É o que estou sentindo por ter colaborado com a última edição da revista Brazil 4 Senses, uma revista que mostra para os gringos o Brasil através dos quatro sentidos, indo além dos esteriótipos super batidos.

A edição tem, entre muitos “passeios”, um ping-pong com a escritora Martha Medeiros, um tour literário por São Paulo, uma viagem gastronômica pelo Pará conduzida pela Dany Colares, do Feriado Pessoal, uma passagem pelas Cataratas do Iguaçu, tem as minhas impressões sobre Monte Verde, em Minas Gerais, e, o que me encheu de orgulho de ter feito: uma reportagem sobre um brasileiro que foi para a Libéria, na África, construir uma escola de bambu para que 300 crianças pudessem estudar em condições dignas.  

A revista tem versão digital e está linda que é uma coisa. Dá uma olhada:



PS. Caso a revista não abra direitinho no link acima, também pode ser vista por aqui: http://issuu.com/brazil4senses/docs/b4s_publicacao_2