24 junho, 2010

Fazendo arte

Que eu sou fã da Flávia, da Mari Mari e da Vivianne já não é novidade para ninguém, não é? Os blogs delas viraram fonte de inspiração para mim desde que tenho uma casa para chamar de minha.

Para quem não sabe, aqui na Europa é bem comum alugar apartamento com todos os móveis e utensílios, que foi o que eu e Marido fizemos. Por um lado, é super prático e econômico – já que não gastamos dinheiro com móveis que provavelmente ficarão para trás quando formos embora, mas por outro lado, o risco de se ter uma casa impessoal é grande.

Para evitar isso, abusei nos detalhes: cortinas e mantas em cores alegres, fotos nossas, das famílias e de amigos por todos os cantos e lembranças de lugares por onde passamos desde a época de namoro: jogo americano de Monte Verde, capacho de São Francisco Xavier, namoradeiras de Morro de São Paulo, porta-chaves da Espanha, lustre de Londres, caminho de mesa feito por Donana e assim por diante.

Não tem quem entre na nossa casa e não saiba que ela é... nossa! Com a nossa cara :)

Agora que estou de férias no mestrado, estou aproveitando para colocar alguns projetos em prática. No fim de semana foi a vez da parede de miniaturas. Já tinha os postais e a maior parte das molduras, faltava arregaçar as mangas.

A parede escolhida foi a que fica no corredor, entre as portas da cozinha e da casa de banho (aka banheiro). Antes ela tinha um porta-retrato, uns adesivos de tulipas que tive que tirar quando pintaram o apê (meados de maio) e a sapateira (para tirarmos os sapatos logo que entramos em casa).


Eu achava que a parede era muito grande para um quadro só e a sapateira, embora colocada ali para facilitar a vida, era a primeira coisa com a qual nos deparávamos ao entrar.

Testamos a disposição no chão primeiro, antes de começar os furos.

E o resultado final é esse. A sapateira foi para um cantinho da área de serviço.

Os postais, um pouco mais de perto.

Assim que a parede ficou pronta, deu a maior vontade de viajar de novo, para preencher os espaços vagos :-)

23 junho, 2010

Mundos paralelos

Quando me mudei para Lisboa descobri que nós, os brasileiros, somos um povo com raízes tão profundas na nossa colonização, mais do que fazemos ideia. Eu, pelo menos, não tinha uma noção assim tão clara. É influência em tudo... na arquitetura, na alimentação, na gastronomia, nos hábitos, nas crenças, na burocracia, nos “jeitinhos” e por aí vai.

Também descobri que eles, os portugueses, gostam muito do Brasil. Já incorporam as novelas, a caipirinha e o guaraná, adoram um churrasco, fazem arroz de feijão (que é um arroz mais molhado, cozido no caldo do próprio feijão – yummy!) e sonham em passam férias em terras tupiniquins. Tanto que há pacotes turísticos disponíveis em todas as agências de viagens praticamente o ano inteiro, sobretudo para o nordeste.

Mas ao mesmo tempo em que somos povos tão parecidos, somos tãããão diferentes. Nessa época de crise mundial isso fica ainda mais explícito. Em Portugal, o desemprego aumenta mês a mês e alguns especuladores dizem que o país está em vias de uma bancarrota. Uma série de medidas foi anunciada para evitar que aconteça aqui o que ocorreu à Grécia. Mas vocês sabiam que o subsídio desemprego é concedido por 18 meses aos trabalhadores que perdem o trabalho? DEZOITO meses! Um ano e meio às custas do governo. É praticamente um meio de vida.

Já as notícias que vem do Brasil são mais otimistas: a economia crescendo e a geração de novos postos de trabalho batendo recorde. É uma pena que nem tudo são flores e as desigualdades sociais crescem na mesma proporção...

Como diz uma frase atribuída ao Tom Jobim: “Viver fora é bom, mas é uma merda. Viver no Brasil é uma merda, mas é bom”.

16 junho, 2010

Devaneios

Depois que escrevi o post abaixo, fiquei pensando... a expressão "tal coisa é nota 10" deve soar tão esquisita para os europeus. Eles devem ouvir e pensar: "tal coisa é meia-boca pra caramba".

Não é?

15 junho, 2010

Fim de semestre

Essa é a última semana para eu terminar e entregar todos os trabalhos do mestrado. Já estou no final do primeiro ano, acreditam?!? Por sorte, ao contrário do semestre passado que eu tinha cinco disciplinas, demorei um tempão para assimilar o tal do “pensamento acadêmico” e inventei de passar 20 dias no Brasil bem quando as coisas bobam por aqui.

Aliás, um parênteses: eu tentei explicar que janeiro é COMEÇO de ano, sinônimo de férias, e não FIM de semestre. Mas os povos do hemisfério Norte não pensam assim não... Para eles, fim de ano (escolar) é agora em junho. Por mais que eu adore o verão, independente de ser em janeiro ou em agosto, esse lance do ano acadêmico começar em setembro faz uma confusão gigante na minha cabeça.

Enfim... como eu ia dizendo, por sorte, agora tenho três disciplinas, já adiantei boa parte da leitura ao longo das aulas e dois dos trabalhos são um pouco complementares. Agora falta sentar e escrever. Ou seja: semana intensa e offline pela frente.


Mas antes de voltar para o cantinho dos estudos, vou contar só mais duas coisas:

Primeira: A nota aqui – e acho que em toda a zona do Euro – vai de zero a 20, mas os professores [da minha faculdade pelo menos] costumam dar 18 como nota máxima. Já ouvi [de estudantes] que 20 só os professores tiram. Não sei se procede... Para ser aprovado na disciplina, a nota mínima tem que ser 10.

Até aqui tudo mais ou menos igual, certo? A diferença é que os alunos aprovados, porém insatisfeitos com a nota, podem pedir melhoria no semestre seguinte. Daí o professor aponta os erros no trabalho, a pessoa refaz e a nota sobe. Sensacional, não é? No semestre passado, na hora do desespero, um dos trabalhos eu entreguei com o mínimo necessário para tirar dez. Levou 12, daí pedi melhoria e agora ele passou para 16 :)

Segunda: Das coisas que eu adoro no hemisfério Norte:
20h56 da "tarde" e esse céu lindo em Lisboa, enquanto eu estudava na biblioteca da faculdade.

11 junho, 2010

Copa do Mundo

Hoje em dia eu não sou grande fã de futebol. Já fui muito na adolescência, chegava a ouvir jogos do Tricolor pelo rádio e nos tempos de plantão de fim de semana no DOL, adorava fazer a cobertura dos jogos. Enfim... passou!

Na Copa de 2006 eu lembro que aproveitava a dispensa do trabalho nos dias dos jogos do Brasil para ir direto para casa ao invés de assistir ao jogo em algum barzinho com os colegas. Como não pegava qualquer trânsito - sempre um MILAGRE em se tratando de São Paulo -, ainda chegava a tempo de ver o segundo tempo no conforto do sofá de Donana.

Mas Copa é Copa, ne? Por mais que se queira, não dá para dormir logo após a cerimônia de abertura e só acordar no dia do encerramento, ignorando que o assunto recorrente do próximo mês inteirinho será futebol. Então, o negócio é seguir o lema já que está no inferno, abraça o capeta e entrar no clima. Curtir os enfeites das ruas, vestir a camisa da sua seleção pra fazer de conta que realmente somos assim tão patriotas, assistir a um jogo ou outro e dançar o Waka Waka da Shakira, que, para mim, é a melhor coisa desse Mundial na África do Sul.

02 junho, 2010