10 julho, 2008

Feliz! Feliz! Feliz!

Enfim, nossa casa. Vamos poder pintar, bordar, receber visitas, dormir até tarde, sair quando der vontade, colocar cortinas coloridas, mudar os móveis de lugar, deitar fora tudo o que a gente não quiser, gostar ou precisar. Ainda estou meio que em estado de graça. Depois de tanto tempo, de tanta coisa às avessas, enfim, uma casa, a nossa casa.
N-O-S-S-A. C-A-S-A.

Até ontem eu pensava que as coisas conosco só aconteciam da forma mais complexa, do jeito mais contraditório... Porque, vejam lá:

Primeiro ficamos noivos, fizemos um jantar de noivado porque não teria festa de casamneto.
Daí tiramos férias maravilhosas e inesquecíveis que valeram por uma lua-de-mel antecipada, já que nos casamos no civil numa manhã de sábado e passamos o fim de semana na cidade mesmo.
Nos prepararam uma comemoração em família tão harmoniosa que fico emocionada só de lembrar.
Daí, na segunda seguinte... cada um para a sua casa, continuávamos nas casas dos nossos pais.
Pois é!
Dois meses e meio depois, uma senhora festa. De sonhos. Dos nossos sonhos. Sem uma porção de protocolos porque, afinal, se fosse toda dentro dos conformes, como mandam as convenções, bem... não seria nossa.
Pensem em tudo o que é tradicional num casamento? Pois... nós mudamos, inclusive a roupa dos noivos!
Daí... na segunda seguinte... cada um na casa dos seus respectivos pais, de novo.
Um mês depois viajamos para Portugal de mala e cuia.
Enfim, sós! Mas ainda faltava a casa. Afinal, diz o ditado: quem casa, quer casa.
Passamos dois meses no bem-bom, morando em hotel, dez dias numa casa empoeirada até que, hoje, dia 10 de julho de 2008, quinta-feira (tinha que ser!), prestes a completar seis meses de casados, nos mudamos para a nossa casa.

Tudo às avessas? Hoje não vejo mais assim... Tudo do jeito que tinha que ser! E o que importa - como bem disse uma amiga quando estava às vésperas do casamento - é curtir e agradecer pelas coisas da forma como aparecem, sem questionar ou julgar. Aquele negócio de viver o agora, afinal, não sabemos o que nos espera lá na frente. Um outro amigo, naquele mesmo dia, disse que teríamos tantas comemorações daquele dia em diante, que não aconteceriam, se nosso casamento fosse "todo nos conformes".

É ou não para estar feliz?

Eu estou transbordando :-)

04 julho, 2008

Fora do ar

Saimos do hotel. Pois é, acabaram as mordomias, mas isso é outro assunto...

Antes de irmos para o nosso "lar doce lar", estamos provisoriamente num outro apartamento. Apenas por onze dias. O apartamento não tem internet, telefone, rádio, nem tevê a cabo. Apesar disso, está bem localizado, com metro a porta, como dizem os portugas. Ele também é ajeitadinho. Sobram algumas coisas, como tapetes empoeirados, plantas artificiais, bibelôs e luminárias do arco da velha.

Juro que tentei fazer vistas grossas e me convencer de que onze dias passavam rápido, mas não deu certo. Primeiro porque bati o meu recorde de espirros por minuto, segundo porque em cada cômodo, via indícios de uma limpeza mal feita. Digo, feita nos moldes portugueses, que são beeem diferentes do estilo brasileiro e, mais ainda de alguém com TOC. (Sim, eu admito).

Note bem, a dona da casa a limpou um dia antes de nos mudarmos. Ela realmente teve boa intenção, mas quando se está na casa dos 70 anos as habilidades motoras e visuais não são mais as mesmas... E eu realmente achei fofa a preocupação dela em me mostrar como funcionava a máquina de lavar, o fogão, a lava-loiças, o esquentador e até a maçaneta da porta. Sabe como é, há muitas formas de se abrir uma porta... é preciso instrução.

Bem... podem me achar fresca ou o que for, o fato é que além de ter os meus próprios lençóis e uma capa protetora de colchão, para não ter contato nenhum mesmo com a cama, eu não teria coragem de tomar banho naquela banheira, nem mesmo de colocar minhas frutas na geladeira antes de uma limpeza. Então lá fui eu ao supermercado comprar todos os tipos de produtos de limpeza que julguei importante: cândida, que aqui se chama lixivia, desinfetante, lustra móveis, CIF Power - Casa de banho (é assim que chamam o banheiro), sabão em pó, detergente, Ajax Ultradesingordurante, panos de chão e de limpeza e um par de luvas, claro.

Comecei pelo banheiro, passei pro quarto e, em seguida pela sala, onde há um armário embutido muito grande, que ocupa uma das paredes inteira. Foi o local ideal para amontoar todos os tapetes e objetos que não terão a menor serventia nos onze dias de estadia, se é que eles têm alguma utilidade em algum tempo...

Quando terminei toda a faxina, no segundo dia, o ar estava mais leve e o ambiente mais clean, mas era só passar o aroma do incenso para aquele cheiro de velho vir à tona. Foi então que apelei para um aromatizador de ambientes elétrico. Agora não sei dizer se o tal aparelho realmente funciona ou se as minhas narinas foram entorpecidas pela sua fragrância. Quando essas dúvidas aparecem, retomo o mantra: "Serão onze dias. A-p-e-n-a-s onze".